Na noite desta segunda-feira (9), na Casa do Produtor na sede em Toledo, a diretoria da Primato Cooperativa Agroindustrial iniciou o período de prestação de contas do exercício do ano passado durante a primeira Reunião de Campo de 2023, realizada com os Terminadores da cooperativa. Centenas de cooperados participaram do encontro, onde o presidente Anderson Léo Sabadin apresentou os números que, apesar do ano desafiador nas palavras do próprio Sabadin, foram muito positivos.
A Primato fechou o ano passado com 9.523 cooperados e cumpriu as metas estabelecidas no planejamento estratégico, como o acesso ao mercado de capitais, conquista do selo GPTW, implantação da meritocracia com adicional para o colaborador e a busca pela eficiência. Tudo isso se refletiu nos números, com faturamento de R$ 1,202 bilhão, um pouco abaixo da meta estabelecida, mas ainda assim um crescimento de 18%.
“Foram números até conservadores, porém o ano mereceu isso. Mais que isso seria arriscado”, analisa Sabadin, citando o crescimento em faturamento superior a 2021, acima de R$ 20 milhões de resultado.
Porém, no entendimento do presidente da Primato, o principal é o retorno ao nosso produtor que fecha na casa de 29,83%. “O cooperado que movimenta com a Primato, que compra os insumos e entrega sua produção, e ainda é cliente dos mercados tem esse retorno e ainda seu capital foi remunerado a juros”, comenta.
DIVERSIFICAÇÃO – Anderson Sabadin destaca ainda serem números excelentes “frente a um desafio, a uma crise na suinocultura que passamos, uma guerra na Ucrânia que vivenciamos. Isso tudo diretamente nos impacta e impactou no preço de todas as proteínas”.
Por isso o presidente da Primato ressalta a importância de ter atividades diferentes. “Os mercados podem até não ser a preferência de muitos cooperados. Mas num momento de crise ajuda. A oscilação das atividades faz a cooperativa ir se desenvolvendo. No global vai formando resultado e o objetivo da cooperativa é crescer ao lado do cooperado”.
CAPITALIZAÇÃO – Outro ponto destacado pelo gestor foi a mudança na distribuição das sobras, aprovada em Assembleia em 2021. “No momento bom temos que fazer reservas e reforçamos isso com o produtor nesta primeira reunião. Quando se discute capitalizar sobras, não é um assunto agradável ao produtor. Mas nós sabemos que uma cooperativa sem um fundo de reserva adequado frente às crises, que são temporais, não teríamos conseguido superá-las”, avalia.
Sabadin destaca que essa decisão foi fundamental “e a Primato continua fortemente com direcionador de geração de caixa e resultado. Não adianta pensar em social sem antes olhar o financeiro”.
O presidente lança ainda um desafio ao produtor: “Num ano de crise a Primato buscou entregar valor, soluções, margem, enfim, agora queremos engajar ainda mais o nosso cooperado em negócios com a cooperativa”, explica o presidente ao destacar que, “se o produtor entregar mais e melhor, ele vai receber mais e vai compartilhar resultados”.
DESAFIOS PARA 2023 – Dentro do planejamento estratégico da cooperativa, estão previstas algumas ações para 2023, como o aumento na comercialização de grãos; classificação do cooperado por reciprocidade; a expansão das cadeias de suínos, aves, piscicultura e pecuária; medir a satisfação e melhorar o atendimento; e ainda a implantação de uma unidade de recebimento de resíduo orgânico em Ouro Verde, através de uma parceria com a MWM.
Tudo isso faz com que a cooperativa projete um faturamento para 2023 próximo a R$ 1,7 bilhão, com resultado na casa de R$ 17 milhões, um pouco abaixo do registrado em 2022. A redução é explicada, de acordo com Sabadin, pela incerteza, “que nos dá insegurança e essa insegurança temos que cuidar para que ela não nos trave e não avancemos em negócios”.
Segundo ele, “a nossa crença e os princípios nos levam a gerar renda ao cooperado e ao colaborador e os nossos negócios alimentam pessoas e alimentação é o caminho para a paz e a democracia. É nisso que a Primato acredita: Em negócios com vínculo com a sociedade, com o crescimento da população, com o crescimento do consumo”.
Por fim, Sabadin lembra que a Primato trabalha com um negócio sólido, de verdade. “Não são negócios virtuais. Acreditamos que vamos passar por mais esse momento de incerteza, a crise política que estamos vivenciando. Mas é sim, no momento incerto, que criamos lideranças fortes”, diz o presidente Anderson Sabadin ao convidar os cooperados para fazerem parte dos conselhos e do cotidiano da Primato “porque ainda há muito a ser feito e melhorado”.