Convidado para participar de uma edição especial do RIC Notícias em Pauta, realizado durante o Show Rural, em Cascavel, o presidente da Primato Cooperativa Agroindustrial Anderson Léo Sabadin falou sobre a necessidade de melhorar a comunicação no processo de sucessão das propriedades rurais. “Precisamos evoluir na comunicação: o que comunicamos para os nossos filhos”, questionou Sabadin.
Ele comentou que a experiência no dia a dia das propriedades, muitas vezes, pode ser até melhor que a bagagem adquirida nos bancos escolares. Serve como um complemento. A declaração foi feita com base na experiência de alguns cooperados da própria Primato, que estão vendo os filhos retornarem ao campo para auxiliar nas propriedades. “Os filhos passam a entender o que é o agro, muito além da sala de aula”, disse o presidente da Primato ao citar as várias experiências possíveis no trabalho do campo. “O agro nos propicia isso e precisamos valorizar de onde vem o alimento”.
Anderson Sabadin disse ainda ser lindo falar em vocação, “mas sem dinheiro no bolso não tem o que fazer”. Sabadin comentou também sobre a dificuldade das novas gerações em buscar sair da zona de conforto e lembrou que a Primato ofereceu capacitação e poucas pessoas se inscreveram para participar. “Talvez esteja acontecendo um erro de comunicação”, completou.
Na visão do presidente da Primato, é preciso evoluir a renda, porque as novas gerações precisam vislumbrar a propriedade rural uma oportunidade de negócio. “O retorno para casa está mostrando isso”, afirmou e sugeriu, por exemplo, a criação de uma bolsa de mercadorias de suínos a fim de evitar não apenas a oscilação de preços, mas a garantia de viabilidade econômica das propriedades. “Precisamos discutir políticas estruturantes com a presença do governo, das cooperativas, do setor privado. Temos muito por avançar”, frisou Anderson Sabadin.
Para ele “se não tivermos bocas para comer, não vamos cobrir o custo. Não adianta ter apenas a indústria, vendendo abaixo de custo”, e mencionou ainda a dificuldade hoje na relação de oferta e procura. “Temos que adequar nossos recursos para aquilo que o mundo quer comer. As relações comerciais do país, que alimenta uma massa mundial, como está? Conseguimos vender nossos produtos?”, questionou o presidente da Primato ao citar que muitos países que conseguem vender com valor agregado muito superior ao do Brasil porque estão melhor organizados nessa outra ponta do mercadão do agronegócio.
Por fim, Sabadin disse admirar o produtor pelo engajamento e pela dedicação em cada atividade realizada e finalizou dizendo ser necessário acertar a comunicação e construir novos produtos para haver uma evolução ainda maior no setor.