Em entrevista, presidente da Primato defende ajustes no modelo de concessão do pedágio

“Continuamos contrários à implantação das novas praças de pedágio em nossa região e ao modelo proposto. Os contratos são de 30 anos e os primeiros sete anos, devido ao processo licitatório e logo depois com a previsão de investimentos, necessários, visto que a infraestrutura rodoviária é deficitária, teremos um valor substancial a mais.” A declaração é do presidente da Primato Cooperativa Agroindustrial, Anderson Léo Sabadin em entrevista a Wanderley Graeff no blog Viver Toledo.

Esta semana o governador Carlos Massa Ratinho Junior se reuniu com o ministro dos Transportes Renan Filho e articulou a manutenção de modelo negociado no governo passado sobre a concessão das rodovias estaduais e federais. Havia o temor de uma mudança no modelo proposto.

Em notícia divulgada pela Agência Estadual de Notícias (AEN), o governador afirmou que as discussões estão avançadas para a liberação do leilão dos primeiros lotes e que o governo do presidente Lula estaria de acordo em manter o modelo estruturado pelo Ministério da Infraestrutura do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi construído juntamente com o Governo do Estado.

IMPACTOS ECONÔMICOS

Sabadin salienta que o novo modelo de pedágio proposto para as rodovias federais continua preocupando as lideranças empresariais paranaenses, com destaque para o setor cooperativista. “A proposta aponta que haverá desconto inicial nos primeiros sete anos de implantação, período de investimentos, mas com uma elevação substancial após essa fase. Vale lembrar que já pagamos pelos serviços com a concessionária anterior, mas infelizmente pequenos investimentos foram realizados”, aponta Sabadin. Além disso, o modelo traz 42 praças, entre elas 15 novas, sendo uma delas projetada na BR-467, entre Toledo e Cascavel.

Na opinião do presidente da Primato, a região mais produtiva do Paraná novamente será penalizada e perderá competitividade, visto que o Oeste, assim como Sudoeste e Noroeste estão distantes da capital e também do Porto de Paranaguá.

Na expectativa de que ajustes sejam feitos no novo modelo de concessão, Sabadin reitera sua preocupação “no âmbito das indústrias frigoríficas, das cooperativas e as esmagadoras de soja e trigo tendo em vista o inevitável aumento de custo”, diz. Ele cita ainda a interação produtiva entre os municípios, citando como exemplo que Toledo recebe produção de Cascavel e vice-versa, e há o processo de produção de rações que alimentam as cadeias produtivas de proteína animal.

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