O exemplo da Primato Cooperativa Agroindustrial serviu de inspiração para estudantes paraguaios do curso de mestrado e doutorado em desenvolvimento regional e agronegócio da Unioeste Câmpus Toledo. Uma turma de estudantes da Unican, de Salto Del Guayrá, no Paraguai, realizou em uma visita técnica para conhecer o modelo de cooperativismo da Primato.
Na visita os estudantes conheceram a sede da cooperativa, onde foi apresentado um vídeo institucional contando um pouco da história de seus 25 anos, além de uma visita ao complexo que conta com a associação, setor administrativo, indústria e loja agropecuária.
Lucir Reinaldo Alves, professor de mestrado e doutorado em desenvolvimento regional e agronegócio, comentou que a visita foi muito interessante para conhecer mais sobre a estrutura e o tamanho da cooperativa. “Eu mesmo não tinha noção do crescimento da Primato nos últimos anos, assim como o planejamento para os próximos anos”, disse ele, destacando a tecnologia e organização em todas as etapas como fatores diferenciais no trabalho desenvolvido pela cooperativa.
Ainda de acordo com o professor Lucir, a visita serviu de “grande aprendizado para todos” e superou as expectativas. Segundo ele, as visitas técnicas são oportunidades de conhecer na prática aquilo que se trabalha na teoria em sala de aula. “Muitas vezes falamos em cooperativismo e nem todos têm essa oportunidade de perceber a importância da contribuição da cooperativa para o município”.
O professor acrescentou que a maioria dos estudantes veio de regiões do Paraguai onde a parte agroindustrial e cooperativista ainda não é tão desenvolvida e essa visita poderá representar uma forma de aplicar também naquela região um sistema que deu tão certo no Paraná pelas semelhanças. “Hoje as cooperativas existentes são pequenas e essa experiência pode demonstrar o potencial de crescimento das cooperativas no Paraguai”, avaliou Lucir Reinaldo Alves.
ESPERANÇA
A professora paraguaia Elisa Ramires concorda que o cooperativismo no Paraguai ainda é um assunto muito novo. “Não temos uma cooperativa desse porte por lá. Estamos indo com muita esperança de implementar essa experiência”, frisou ela. Elisa ressaltou que o planejamento talvez seja a maior lição que ela leva da visita e deu como exemplo o projeto de construção do frigorífico da Primato, previsto para 2033. “Tem de planejar antes para que depois seja um sucesso e a Primato é um exemplo disso. Uma empresa muito grande e muito sólida em tão pouco tempo”, disse a professora. E emendou: “Tem muito por fazer no Paraguai, mas essa visita nos abriu o panorama de como trabalhar e trabalhar em conjunto para crescer”.
VISÃO COMPLETA
Para a estudante de doutorado em desenvolvimento regional e agronegócio, Raiane Benevides Ferreira, a visita agregou. “Ter essa visão de como funciona a cadeia produtiva completa do agro e a relação com os cooperados foi muito bacana porque pudemos conhecer uma realidade totalmente diferente do cooperativismo que não é comum na nossa região”. Na opinião de Raiane, a preocupação com a qualidade na produção e gerar resultado ao cooperado, assim como a visão social da cooperativa foram pontos a serem destacados e que podem mudar a realidade no Paraguai caso sejam levados adiante.
POTENCIAL
O professor da Unioeste Jandir Ferreira de Lima afirmou que a visita foi muito produtiva por conhecer o potencial da Primato, em especial na questão de agregar valores aos cooperados, “que além de fornecedores, são proprietários e têm compromisso social com a comunidade local”.
Segundo Jandir, a história da Primato demonstra ainda o potencial de Toledo em construir empreendimentos que envolvem capital local, o produtor local, “e isso tem sido importante para o desenvolvimento da cidade como um todo”. O professor citou ainda o fato da Primato ter o certificado GPTW, “o que demonstra a relação de respeito com os colaboradores e isso engrandece o município por ter empresas que geram um trabalho digno”, finalizou Jandir Ferreira de Lima.