Suplementação de bovinos é decisiva para melhorar produtividade na época de seca

Com pastagens mais escassas, fornecer alimentação suplementar é uma estratégia eficiente para manter o padrão nutricional dos animais e evitar prejuízos na atividade pecuária

Uma das maiores preocupações do pecuarista com a chegada da época mais fria e seca do ano é a qualidade do pasto que é ofertado aos animais. É preciso pensar em alternativas para evitar o efeito sanfona e não perder sua lucratividade. A justificativa para isso está no fato de que, nesse período, ocorre uma queda na qualidade e na quantidade das pastagens, afetando diretamente o manejo nutricional dos animais nesse sistema.

Para enfrentar esse cenário, algumas decisões podem ser tomadas, previamente, como a inserção de suplementos energéticos e proteicos na dieta. A correta mineralização do rebanho garante uma boa produção de carne e leite e evita queda de produtividade.

A melhor mistura para o rebanho
Como o nome indica, no período de seca, compreendido entre os meses de junho a setembro, as pastagens perdem água naturalmente, o que muda seu valor nutricional. Nessa época do ano, os níveis de proteína, energia e vitaminas ficam reduzidos, tornando necessário realizar reposição nutricional por meio de estratégias alimentares capazes de suprir tanto deficiências qualitativas como quantitativas de nutrientes na forragem. Em função disso, é importante fazer a suplementação de forma correta utilizando uma mistura com todos os macros e microelementos no concentrado.

Ao suplementar os animais com nutrientes limitantes na forragem, haverá incremento no consumo da pastagem e maior digestibilidade do alimento ingerido. A adoção desta prática elimina o chamado “boi sanfona”, animal que perde peso no período seco do ano, fato que compromete a eficiência econômica e produtiva de qualquer propriedade. Dessa forma, ao oferecer aos bovinos o suplemento mineral adequado, a deficiência nutricional será corrigida, proporcionando ganho de peso ao animal. “Só o sal mineral, por exemplo, não vai fazer o animal engordar ou manter o peso. O que ele realmente precisa é de comida, e ao suplementar com um mineral proteico energético, o produtor consegue suprir parte dessa proteína e energia que se perde na pastagem no período de seca”, destaca Vicente Matsuo, médico veterinário e coordenador de inovação, pesquisa e desenvolvimento da Primato Cooperativa Agroindustrial.

Os suplementos minerais proteicos ou proteicos energéticos são produtos de múltiplas misturas, já que tem em sua composição proteína verdadeira, proveniente principalmente do farelo de soja e/ou da ureia, bem como do milho como fonte de energia, além de macro e microminerais para suprir a deficiência. A quantidade de proteína verdadeira e ureia dependerá do teor de proteína bruta do proteinado e do valor nutricional da forragem ofertada. “Para isso eu tenho que saber em que condições se encontram as pastagens nas propriedades. Por exemplo, para recomendar um suplemento mineral proteico energético é preciso que a propriedade tenha, no mínimo, 2,5 mil quilos de matéria seca. Ou seja, tem que ter um volume bom de pasto para o animal comer. Se não tiver forragem ou pasto disponível não adianta fornecer o sal proteinado, já que ele vai abrir o apetite dos animais”, explica o profissional, que acrescenta: “Por isso é importante ter uma leitura da área de alimentação do rebanho, verificando se a pastagem está degradada ou se ela está com pasto seco, grosso ou fino”.

Além disso, para o pecuarista ter uma “folga” e mais tranquilidade nesse período do ano, algumas precauções devem ser tomadas, entre elas ter uma pastagem bem conduzida no chamado período das águas, entre os meses de outubro e abril. Uma alternativa é utilizar técnicas de diferimento, estratégia de manejo para garantir volume de forragem durante o período de seca, por meio da qual se retira o animal de uma área de pasto para que ela “descanse” e esteja disponível nos próximos meses.

Benefícios e cuidados
Como resultado da suplementação com fontes proteicas e energéticas, o ambiente ruminal do animal é enriquecido com nitrogênio e nutrientes digestíveis totais fermentescíveis. Os microrganismos se tornam mais eficientes ao degradar fibra, os animais aumentam a ingestão de alimento e, consequentemente, ganham mais peso. Além disso, o custo-benefício dos produtos é outra vantagem. “Se for fornecido um suplemento proteico energético na proporção de uma grama por quilo de peso vivo para um boi com 300 quilos, por exemplo, ele vai ganhar em torno de 120 a 130 gramas por dia. Em outro caso, se ele comer de três a cinco gramas por quilo de peso vivo, ele pode ganhar de 450 até 500 gramas por dia. Isso no período seco e com a disponibilidade razoável de pastagem”, pontua o profissional.

Mais do que aumentar o desempenho de animais, a suplementação da dieta dos animais em pasto também reduz a idade de abate ou a da primeira cria. “Hoje os produtores tentam abater com 24 meses porque, além de encurtar o tempo de ocupação das áreas, também conseguem dar um fluxo maior de animais e uma qualidade melhor de carne”, menciona.

Por sua vez, os produtores também precisam ter cuidado em função da presença de uréia nos suplementos proteinados. Ela vira amônia ao ser degradada no rúmen e, em excesso, pode intoxicar o animal levando a morte. Porém, se o animal ingere gradativamente dose crescentes de uréia, a amônia produzida é rapidamente utilizada pelos microrganismos do rúmen e assim não há acúmulo. “A orientação para o produtor para quando for iniciar o fornecimento é fazer uma adaptação de pelo menos 14 dias. Ou seja, pega uma parte do sal mineral normal e mistura com a mesma parte do proteinado, e vai fornecendo no esquema de dois pra um, um pra um. Após a terceira semana já pode fornecer de forma pura. A flora ruminal precisa se adaptar a essa nova condição de degradação do tipo de proteína que vem da ureia“, ressalta.

Bovinocultura leiteira
Manejo, sanidade e nutrição são três pilares que sustentam a atividade leiteira, sendo que o terceiro também merece reforço com a suplementação. A deficiência de minerais pode resultar em fragilidade óssea, redução do consumo, crescimento lento, perda de peso, redução da fertilidade, problema reprodutivo, queda na produção de leite e morte.

A exigência de minerais irá variar em função da categoria (bezerra, novilha, vaca seca ou em lactação) e fase de lactação (alta, média e baixa produção). “Para o gado de leite, aqui no Paraná, na grande maioria das propriedades, o animal é criado no sistema totalmente confinado ou semiconfinado, onde recebe alimento, silagem, feno ou ração, direto no coxo. Há algumas propriedades que tem área de pasto, mas recebe suplementação no coxo também, então boa parte da mineralização já ocorre via ração concentrada. Quando ela não estiver suprindo toda a necessidade de minerais, eu forneço através da suplementação com macro e microminerais e vitaminas, como cálcio, fósforo, magnésio, cobalto”, exemplifica.

O ajuste da ração concentrada na dieta total deve ter como base os volumosos (pastagens, silagem de milho, fenos, etc.) fornecidos aos animais, pois de acordo com a qualidade e disponibilidade destes alimentos é que será possível recomendar a quantidade ofertada, assim como determinar os níveis adequados do produto.

Produção em expansão
Alinhada aos principais desafios da pecuária, a Primato conta com duas fábricas que produzem rações e suplementos nutricionais para gado de corte e de leite. São soluções que contribuem para melhorar o desempenho do setor. Inclusive, em abril deste ano, a cooperativa incorporou 14 novos produtos vitamínicos, minerais e proteicos ao portfólio, sendo oito da Pecpar, unidade de nutrição animal localizada em Dourados (MS), e seis da linha Prima Raça, marca própria da Primato e que são produzidos na fábrica de Verê, no Sudoeste do Paraná.

As duas linhas oferecem produtos que suprem as necessidades dos bovinos durante todo o ano, auxiliando na digestão e na compensação de minerais e proteínas.  Além disso, ao contar com equipes focadas em levar inovações para a produção e com um time técnico e consultivo que conhece de perto as necessidades do campo, as tecnologias dos suplementos geram benefícios em todos os sistemas produtivos. “A tendência é ampliar ainda mais e produzir conforme as demandas que identificamos nas propriedades”, anuncia o coordenador de inovação, pesquisa e desenvolvimento.

Planejamento e formulação
Independentemente do tipo de atividade, a adoção de práticas de alimentação suplementar requer planejamento. Assim, a melhor forma de obter bons resultados é solicitar uma visita técnica para avaliação da propriedade, indicando assim o produto que mais se adequa a realidade da atividade. “É bom lembrar que sem uma correta mineralização o animal não desenvolverá todo seu potencial, portanto é recomendável a avaliação de um especialista para indicar a melhor mistura para o rebanho de acordo com as necessidades nutricionais. Sem esse conhecimento, adotar qualquer rotina de suplementação pode representar prejuízos financeiros e à saúde do rebanho”, conclui Vicente.

Para saber mais e garantir a suplementação necessária para o seu gado, entre em contato com a central de televendas através do telefone 0800 600 3025 ou WhatsApp (45) 98802-1238, se preferir acesse o nosso site primato.com.br.

Voltar