“Estamos entrando na reta final da colheita da soja, embora alguns produtores já tenham conseguido colher a totalidade e até finalizaram até o plantio do milho safrinha”. A análise é de Juliano Millnitz, gerente de Divisão da Primato Cooperativa Agroindustrial, que destaca ter sido “o clima é que vem dando a condição sobre colher ou não nos últimos dias”, destaca, ressaltando que os dois últimos dias sem chuva ou com pancadas mais esparsas avançou muito essa colheita.
Até o momento a Primato tem pouco mais de 330 mil sacas de soja originadas nas duas unidades, entretanto, a meta é atingir 450 mil sacas. Juliano Millnitz acredita que este número deverá ser superior à meta estabelecida “porque este está sendo o primeiro ano, digamos, que a Primato entrou de maneira mais agressiva quanto ao recebimento de soja”, diz. O gerente de Divisão lembra que o direcionamento até o ano passado era mais focado no milho (safra e safrinha) e que somente agora a cooperativa está trabalhando um pouco mais o soja.
INCERTEZAS – Apesar do otimismo, Juliano Millnitz lembra que o atual cenário na lavoura não é considerado ideal aos produtores, porque eles deveriam ter semeado a segunda safra de milho. De uma área de 453 mil hectares, o agricultor plantou em média 54% da área de milho safrinha na regional de Toledo, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
A janela ideal para o plantio do milho safrinha seria até o último dia 28 de fevereiro. Inclusive, o Paraná, por meio do Deral solicitou ao Ministério da Agricultura um prazo maior para o plantio de milho safrinha no estado.
Para os solos em que o prazo máximo seria 20 de fevereiro, o pedido foi de alteração para dia 28. Já para os locais em que a data limite seria 28 de fevereiro, o pedido foi para estender até 10 de março.
A questão é que fora do prazo de zoneamento, quem plantar e tiver o milho safrinha atingido por geada ou outras adversidades do tempo, não terá acesso a seguros e a garantias federais.
IMPACTOS – A chuva incessante tem trazido impactos também para quem depende de soja e milho para transformar os produtos em ração, como é o caso da Primato Cooperativa Agroindustrial. O principal deles é o aumento na parte de avariados, ou seja, “o produto está pronto na lavoura para ser colhido, mas não está conseguindo colher, porque a chuva não para e a umidade está muito alta”, analisa Juliano Millnitz.
Ainda de acordo com Millnitz, outro fator agravante é a questão do atraso do plantio da segunda safra. “A essa altura estaríamos com todo milho safrinha plantado e isso pode acarretar de ter uma área menor plantada na nossa região”, comenta o gestor da Primato, ressaltando que se o produtor ainda plantar, pode enfrentar problema na hora da colheita com eventuais geadas “e isso pode impactar na qualidade do milho safrinha”, completa Juliano Millnitz. “O que temos visto é que, deu meio dia de sol, o produtor está entrando e fazendo o movimento para não perder o tempo do plantio e colher o que por possível”, finaliza.