Ministério da Agricultura autoriza suspensão da vacina contra aftosa no Paraná

A partir de 31 de outubro, o uso e a comercialização de vacinas contra a febre aftosa estarão proibidos no Paraná. A Instrução Normativa (IN) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que autoriza a suspensão da vacinação no estado foi assinada em Curitiba, nesta terça-feira (15/10), pela ministra da pasta Tereza Cristina. A solenidade realizada no Palácio Iguaçu reuniu produtores e diversas autoridades políticas e empresariais, entre as quais, o governador Carlos Massa Ratinho Junior, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), Otamir Cesar Martins. O cooperativismo foi representado pelos presidentes Marcio Lopes de Freitas (Sistema OCB) e José Roberto Ricken (Sistema Ocepar). Prestigiaram ainda a solenidade os superintendentes Robson Mafioletti (Ocepar) e Nelson Costa (Fecoopar), além dos dirigentes Dilvo Grolli (Coopavel), Luiz Lourenço (Cocamar), Renato Greidanus (Frísia), Erik Bosch (Capal), Elias Zydek (Frimesa), Frans Borg (Castrolanda), Artur Sawatzky (Witmarsum), George Guedes (Sicredi Rio Paraná), Paulo Buso (Sicredi Norte Sul) e Edson Zonta (Coopercaf). Os deputados federais Luiz Nishimori e Sergio Souza, integrantes da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) também participaram do evento.

PARANÁ
Para a ministra, o Paraná está preparado para suspender a vacina contra febre aftosa e, ao fazer isso, dá início a uma nova fase para a pecuária do estado. “Desde o início da minha gestão e do governador Ratinho Junior, nós falamos sobre esse assunto e o Paraná fez todo o dever de casa. Esse é o início, o primeiro passo, ainda temos trabalho a fazer, mas acho que o Paraná inaugura uma nova era de sanidade e de sustentabilidade”, disse. Segundo Tereza Cristina, assim que concretizar o status de área livre de febre aftosa, o Paraná passa para um outro patamar, principalmente na suinocultura e avicultura. “O Paraná pode entrar em mercados que são muito mais exigentes do que outros, ou seja, abre-se um leque de oportunidades”, disse. 

HISTÓRICO
Ao falar sobre a suspensão da vacinação contra febre aftosa, o governador Ratinho Júnior disse se tratar de um momento histórico para o Paraná. “O agronegócio é prioridade para o governo, pela vocação que temos em produzir alimentos. E o que está sendo feito é preparar o estado para que as cooperativas possam cada vez mais industrializar o que sai da propriedade dos agricultores e, acima de tudo, fazer com que o Paraná seja o grande protagonista para a produção de alimentos para o Planeta”, destacou o governador. “O mundo precisa de proteína animal, e nós estamos prontos para produzir”, completou o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken. “Isso vai ser bom para os produtores, que terão mais oportunidades de negócios, e será muito bom para o estado porque vai gerar desenvolvimento”, afirmou.

MONITORAMENTO
Com a suspensão da vacina, a partir de novembro, o rebanho de 9,2 milhões de bovinos e bubalinos do estado não será mais vacinado contra a febre aftosa. O Mapa fará o monitoramento do Paraná para avaliar a atuação dos postos de fiscalização nas divisas e, posteriormente, irá reconhecer nacionalmente o estado como área livre da febre aftosa sem vacinação. Essa etapa está dentro do objetivo brasileiro de ampliar gradualmente as áreas sem vacinação contra a doença no país, previsto no plano estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA 2017/2026).

ECONOMIA
“Sem a vacinação, o produtor paranaense vai economizar cerca de R$ 20 milhões por ano, valor equivalente a aquisição apenas da vacina, sem incluir os demais custos associados ao manejo dos animais”, calcula o chefe da Divisão de Febre Aftosa do Ministério, Diego Viali dos Santos, as doses de vacinas contra a febre aftosa estocadas no Paraná serão remanejadas pela iniciativa privada para os estados que ainda irão aplicar o produto.

RECONHECIMENTO
A suspensão da vacina é mais uma etapa no processo de declarar o Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação. O estado caminha para finalizar, até o final do ano, as ações pendentes para se tornar área livre sem vacinação, com a contratação de médicos veterinários e técnicos para atuação na vigilância para a febre aftosa e a construção de um posto de fiscalização agropecuária, na divisa com São Paulo.

TRÂNSITO DE ANIMAIS
Não haverá modificações no trânsito de animais e produtos e subprodutos de origem animal provenientes ou destinados ao Paraná até 31 de dezembro deste ano. A partir de 2020, será proibido o ingresso de animais vacinados, bovinos e bubalinos, no Paraná. Posteriormente, quando houver o reconhecimento nacional do estado como livre de febre aftosa sem vacinação, assim como já ocorre em Santa Catarina, as demais regras de trânsito de animais suscetíveis à febre aftosa e seus produtos passará a vigorar conforme legislação vigente. Por fim, seguindo os trâmites da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em setembro de 2020, o Brasil vai pleitear o reconhecimento internacional do Paraná como área livre de aftosa sem vacinação, que deverá ser oficializado pela OIE, em maio de 2021. 

(Ocepar e Mapa)

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